terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Uma ajudinha na terra da goiaba

Goiabas são onipresentes em Ivinhema. Na entrada de nossa cantina, há diariamente uma caixa de alguns litros cheio de goiabas vermelhas para quem quiser pegar. Na cantina das escolas, idem. No mercado da cidade, a fruta colore as bancas. Nas sorveterias, ela é sempre uma opção de sabor - inclusive nas máquinas de sorvete italiano . O município é um dos principais produtores de goiaba, que nos recepciona onde quer que vamos.

Mas hoje foi diferente. Ao visitar o Núcleo de Artesanato Gleba Vitória, fomos recebidos não com a fruta, mas com uma goiabada cascão de altíssima qualidade. O sabor é suave. Adoça a boca sem excessos. A cor escarlate denota o muito tempo de fervura durante o preparo.

Em frascos de vidro, estão as geléias - de goiaba e de mamão também. O rótulo simples marca
uma ilustração da fruta e os dizeres "Doce de Goiaba". A compota é excepcional, mas não há uma marca relacionada ao produto. Não há embalagens que cativem o comprador nas feiras. É por isso que os estudantes de Design da Universidade Estadual de São Paulo (UNESP) estiveram por lá hoje. "Seria legal criar uma embalagem de palha para a goiabada cascão", comenta o professor Cláudio Goya, que acompanhou o grupo.

O pessoal da Bandeira também deu uma olhada no artesanato produzido pelas quatro costureiras do núcleo. As almofadas e os edredons são feitos de algodão cru e ornados com patch works de fuxicos e florzinhas. Estão excepcionais, na avaliação dos futuros designers. "Muito criativo, bonito mesmo", comentam os estudantes. Elza Andreacci, a instrutora do local, confirma que os produtos têm tido "muita saída", inclusive em feiras do Rio de Janeiro. "O problema são as bolsas. Ainda não conseguimos vender muito", comenta.

Para contornar o problema, as garotas do Design dão sugestões: "Não precisa desse estofado no meio, porque a bolsa fica mais pesada e, se molha na praia, depois não seca. Vamos criar um modelo mais leve, que até dá para fazer mais rápido".

Tempo é, aliás, um dos principais problemas dos artesãos locais. É pouca gente para dar conta da demanda, que tem sido alta. "Eles ainda fazem manualmente coisas que poderiam ser feitas com máquinas, sem alterar o produto final", comenta o professor Goya. "Vamos indicar para eles o maquinário apropriapado, para amassar barro, cortar retalho. A
prefeitura já disse que vai comprar".

4 comentários:

Manu Meyer disse...

Galera! Parabéns pelos posts! Deliciosos... como devem ser as goiabas de Ivinhema.
Boa sorte, bom trabalho e boas histórias!

Lia Lupilo disse...

o blgo ficou ótimo =) está me dando saudades. Força aí gente! quero ler tudo! hehehe

André Marguti disse...

faço minhas as palavras da Lia!
abraços!

Natália disse...

Provas que os designers trabalharam tb! Uhuulll! :D
Mto legal vcs acompanharem a gente. Gostamos mto! :)