domingo, 13 de dezembro de 2009

O Assentamento São Sebastião

O Assentamento São Sebastião fica a uma hora da Escola Agrícola, onde estamos hospedados. Passamos a tarde lá acompanhando os alunos da Escola Politécnica (Poli), que foram apresentar uma palestra sobre tratamento de água para os moradores.

Dona Lourdes Alves da Silva, presidente da Associação dos Trabalhadores Rurais do Assentamento São Sebastião, nos esperava na tecelaria. Enquanto aguardávamos os moradores, conversamos um pouco com ela sobre a história daquele lugar.
A área do Assentamento foi ocupada por várias famílias há muitos anos, mas a família de Dona Lourdes ainda não estava entre elas. Ela chegou depois, mas logo se engajou na luta pela oficialização das propriedades. Em 2000, os “ocupantes” ganharam oficialmente o direito de propriedade sobre aquelas terras. No total, 100 famílias foram abrigadas nos lotes demarcados pela justiça.

Hoje, muitas delas já venderam suas propriedades, a presidente explica que é difícil manter uma lavoura apenas com a família, principalmente se os filhos vão fazer suas vidas longe dali e os pais já estão cansados pelo trabalho pesado com a terra.

O assunto que os alunos da Poli foram tratar ali toca diretamente o cotidiano dos moradores. Eles ainda continuam na luta, mas agora o foco é a água. Há apenas um poço artesiano para abastecer as 100 propriedades do São Sebastião, o que leva a vários problemas para a irrigação das plantações e também para a qualidade da água.

Especialmente nessa época do ano, quando o poço seca, a água fica ainda mais suja, pois os moradores cavam o poço para alcançarem a água. Na oficina da Poli, eles aprenderam como reverter esse problema com várias técnicas para filtrar e limpar a água.

Amanhã temos um longo dia pela frente e já são 2 horas da madrugada. Daqui da sala de internet não ouvimos mais os violões e o pessoal em roda cantando, sinal de que está tarde.

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