quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O solzão forte deu trégua

Hoje, choveu em Penalva. Descobrimos que, apesar da sensação de 40º a sombra, da suadeira constante e da vontade de tomar dez banhos por dia, estamos no "inverno" maranhense. Antes da estação das chuvas chegar, os moradores brincavam que o calor era tão forte que a água usada pra se banhar virava suor antes mesmo de chegar no chão.

Choveu tanto que a galera que estava fazendo os atendimentos no povoado de Jacaré ficou atolada no caminho de volta para o alojamento. Foi preciso enviar um outro ônibus para o local, desta vez dirigido por um motorista que conhecia o caminho como a palma da mão, e um trator para resgatá-los. Logo devem estar de volta para o jantar.

Apesar de faltar na hora de tomar banho, por causa da chuva, a água está sobrando no jardim do alojamento, que está inundado. Foi preciso chamar pedreiros pra resolver o problema - cadê a equipe da Poli nessa hora?!

Verão ou inverno. Aqui não tem estação "das florzinhas", diz o médico Seu Nonato... mas tem cada fruta...

Pela manhã, Dona Cândida, agente de saúde - presidente de associação - lavradora - enfermeira - professora - e outras mil utilidades, nos presenteou com coco colhido e aberto na hora e tuturubá, uma frutinha esquisita que amarra na boca. Na casa de Dona Lorena, experimentamos leite com chocolate, feitos de babaçu - aliás, eita plantinha multiuso! - vimos a preparação de vinho de açaí e comemos cacau-do-mato e cupuaçu no pé.

Com as frutas tudo ótimo, mas com a carne... é melhor abrir o olho! Nossa equipe visitou hoje o matadouro de Penalva, que é a única fonte de abastecimento de carne bovina da cidade, apesar de estar interditado há quatro anos! Ficamos chocados com a falta de higiene. Os bois são mortos de madrugada porque não há refrigerador e assim eles precisam ser vendidos ainda frescos pela manhã. O que sobra do mercado, é salgado no meio da rua: a famosa carne seca. Os restos do boi ficam no local alimentando os urubus e as moscas.

Pelo menos os integrantes da Bandeira Científica podem ficar tranquilos. A carne do nosso cardápio vem do frigorífico de Viana, uma cidadezinha vizinha.

Agora é hora de cervejinha numa das praças penalvenses. Um breve descanso, antes de um novo longo dia de trabalho.

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